terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Led Zeppelin - Stairway to Heaven - London 2007

Isso nada tem a ver com corrida. Mas é lindo e significativo.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Jamais confie no puxador de ritmo!

As grandes maratonas cada vez mais investem nos puxadores de ritmo, que garantem bons tempos e boa publicidade para os eventos. Mas nesse domingo, na maratona de Milão, os puxadores de ritmo eram atletas superiores aos que de fato competiram! Martin Lel, bicampeão nas maratonas de Nova York (2003 e 2007) e Londres (2005 e 2007), foi contratado para correr só metade da prova, puxando o ritmo. Na prova feminina, o mesmo contrato foi feito com Margaret Okayo, campeã em Boston (2002), em Londres (2004) e bicampeã em Nova York (2001 e 2003).

A sorte dos atletas em Milão foi que os dois realmente só correram metade da prova. Em Singapura, também nesse domingo, foi o dia do coelho: o calor de 30 graus enfraqueceu todo o pelotão, mas
Elijah Mbogo, contratado para puxar o ritmo até os 30Km, se sentiu tão bem que continuou até o fim da prova, em 2:14:23. Recebeu pelo serviço de puxador de ritmo e ganhou o prêmio da primeira colocação. Ele nunca havia corrido uma maratona antes. Moral da história? Jamais confie em um puxador de ritmo!

Marcelo Assunção colabora com o Linha de Chegada, mantém o blog http://tirofinal.blogspot.com e imagina se algum dia contratarão Pelé ou Romário como gandulas, para atrair o público...

Puxando o ritmo, com estilo!

O que faz uma corrida de rua ficar famosa, virar notícia e divulgar o nome dos seus patrocinadores? Muitos organizadores de provas apostam em convidar grandes estrelas e favorecer bons tempos finais. Vimos há poucas semanas a poderosa equipe de puxadores de ritmo que a organização da Maratona de Berlim contratou para garantir a quebra do recorde mundial.

Mas nesse domingo a maratona de Milão, Itália, chegou a um ponto muito curioso: os puxadores de ritmo foram atletas superiores aos que de fato competiram! A vitória ficou com o queniano Evans Kiprop Cheruiyot, com os brasileiros José Teles em 6º e nosso conhecido bronze olímpico Vanderlei de Lima em 7º. Todos grandes corredores, claro. Mas o puxador de ritmo foi mais impressionante: Martin Lel, que em 2007 sagrou-se bicampeão nas maratonas de Nova York (2003 e 2007) e Londres (2005 e 2007). Ele foi contratado para correr só metade da prova.

Na prova feminina, a estranha lógica foi a mesma: a vencedora foi a favorita Pamela Chepchumba, bronze no Mundial de Corrida de Rua, tendo como puxadora de ritmo nada menos do que Margaret Okayo, campeã em Boston (2002), em Londres (2004) e bicampeã em Nova York (2001 e 2003). Ela só correu metade da prova, mas continua como recordista em Milão: Pamela não conseguiu bater o recorde de sua puxadora de ritmo...

Imaginem se, no futuro, contratarem Pelé ou Romário como gandulas para alguns jogos do Brasileirão...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Mundial do Rio X Meia Maratona Internacional do Rio

Apesar de boatos, o Campeonato Mundial de Corrida de Rua de 2008 e a Meia do Rio são mesmo duas provas totalmente separadas: o site oficial do Mundial, embora ainda provisório, apenas comenta que o Comitê de Organização Local "é essencialmente composto dos mesmos membros que vêm organizando com sucesso a Meia Maratona Internacional do Rio nos últimos 10 anos".

O dia das duas provas será o mesmo, 12 de outubro de 2008, mas haverá largadas separadas. O percurso será o tradicional da Meia do Rio, o que é uma pena, pois nenhum recorde batido no Rio poderá ser aceito - a distância em linha reta entre largada e chegada é grande demais, permitindo que o vento interfira demais na performance dos atletas. E os atletas que correrem a Meia do Rio não poderão assistir ao Mundial, pois estarão longe da elite mundial, que largará separada.

Aliás, o site avisa que a praia de São Conrado será fechada ao público desde a sexta-feira antes da prova, para servir de área de treinamento para os atletas internacionais. Não está claro se isso significará somente a proibição de carros na pista ou se a área será totalmente isolada.

Para quem quiser treinar para valer e buscar uma vaga na equipe brasileira do Mundial, a boa notícia é que o primeiro colocado receberá 30 mil dólares. O que, convenhamos, chega a ser vergonhosamente pouco para se oferecer como prêmio para um campeão mundial do esporte mais praticado do mundo!

sábado, 17 de novembro de 2007

Qual o valor de uma medalha?

Esse texto eu enviei ao companheiro Jorge Cerqueira, que me perguntou o que faço com minhas medalhas. Ele defende a valorização de cada conquista através das medalhas ganhas nas provas. Resolvi colocar aqui, para não perder o texto de vista. Eis minha resposta a ele:
Bem, concordo em valorizar cada conquista. Mas eu sou corredor de outros tempos.

Antigamente, as camisetas é que eram a prova de termos completado um percurso, e eram entregues ao final das competições. As maratonas tinham uma camiseta para quem se inscrevia e uma outra, escrita "Eu completei a Maratona tal". Medalhas eram exclusivas para quem subia ao pódio.

Com o tempo, as maratonas passaram a dar medalhas a todos os que completassem, e as camisetas aos que se inscreviam. Ganhei uma medalha assim em 1986, e fiquei muito feliz com ela.

O problema, a partir de uma certa época, é que todas as competições, mesmo a de desafio modesto, passaram a dar medalhas. Praticamente toda corrida hoje em dia dá medalhas para todos. Isso banalizou demais as medalhas para mim. Guardo com carinho as medalhas de pódio, mas as de conclusão de percurso realmente me dizem muito pouco. Ganhei uma domingo, de uma corrida de 6Km, mas realmente não sei onde está.

Posso ser um pouco chato, mas, realmente, depois de 181 competições em 27 anos correndo, eu não teria mesmo muito espaço em casa para tantas medalhas e troféus.

Na verdade, o que mais valorizo das competições de toda a minha vida nem é uma medalha: é o pin, que uso até hoje em minha mochila, do Campeonato Sul-Americano de Atletismo Master. Não é uma medalha, mas vale muito mais do que praticamente todas as medalhas que ganhei na vida.

Abraços!



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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Quer esporte radical? Que tal a Maratona de Fukuoka?



Por décadas, a Maratona de Fukuoka, no Japão, era conhecida como a mais radical de todas: apenas corredores homens de alto nível participavam, mediante convite. Poucas dezenas corriam, e falava-se muito sobre pagamento por essas participações (coisa proibida de se falar até os anos 80, quando oficialmente o atletismo era amador). A cada ano, corredores de todo o mundo acompanhavam essa prova. Luiz Antônio dos Santos venceu em 1995, o melhor brasileiro lá, subindo no pódio que já serviu a feras como Seko, Ikangaa, DeCastella, Clayton, Shorter, Rodgers, Gebrslasie...

Os anos se passaram, a hipocrisia do amadorismo acabou, e as maratonas de massa tomaram o mundo. Mas Fukuoka continua em alta. Hoje, qualquer um pode correr lá. Ah, claro, desde que tenha feito meros 2h45m em alguma maratona anterior!! Isso, claro, se houver vagas: só há garantia de inscrição para os que têm 2h27m... Para a prova de 2 de dezembro, as inscrições já se esgotaram quase dois meses antes.

Nessa 61º edição (sim, a prova existe desde 1946!), há um duelo marcado: o fenômeno Paul Tergat vai enfrentar o também queniano Sammy Wanjiru, recordista mundial de meia-maratona, que vai estrar na distância. Vai ser de arrepiar. Quem viver, verá.


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domingo, 14 de outubro de 2007

Marilson bate 4 recordes de uma vez!

Fantástico! Marilson dos Santos, correndo o Campeonato Mundial de Corrida de Rua, agora de manhã em Udine (Itália), bateu 4 recordes sul-americanos de corrida de rua de uma vez só:
  • meia maratona: 59m33s, (o anterior era de Antonio Silio, com 1h00m45s desde o Mundial de Uster, 1998).
  • 10 Km: 27m48s (a anterior era de Antonio Silio, com 27m52s em Copenhague, 1990).
  • 15 Km: 42m15s (a anterior era de 42m42s, mantida ao mesmo tempo pelos brasileiros Valdenor Pereira dos Santos em 1993 e Ronaldo da Costa em 1994, ambos em Tampa).
  • 20 Km: 56m32s (a anterior era de Antonio SIlio com 57m28s desde 1998 em Uster).
Na foto, os sete melhores no Mundial de Corrida de Rua - o brasileiro Marilson é o de amarelo

Com esses tempos, Marilson conseguiu a 7ª colocação, sendo o primeiro não-africano na prova. É o melhor resultado brasileiro nesse campeonato. Esses tempos se juntam agora aos seus recordes sul-americanos de pista, nos 5000m e 10000m.

Agora está provado para todo o mundo que sua vitória na maratona de Nova York, ano passado, não foi uma zebra: ele volta forte para defender o título e torna-se forte candidato a medalha na maratona olímpica de Pequim, em 2008.

Parabéns da ACORUJA a Marilson dos Santos, o corredor de fundo nº 1 do Brasil em 2008!

Fontes: Confederação Sul-Americana de Atletismo e IAAF.


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quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Lições de Chicago

Como completar uma maratona incompleta?

Muito foi falado do fiasco da Maratona de Chicago: no último domingo, essa competição foi disputada num calor tão intenso, que a prova foi interrompida após algumas horas, deslocando-se a chegada para a linha da meia-maratona. Corredores de Chicago contaram que não havia mais o que beber, tamanho o consumo pelos primeiros atletas a passarem nos postos d'água. Mas o encerramento antecipado da prova (desagradando milhares que pagaram inscrições) não foi suficiente para impedir sérios problemas: milhares de atletas passaram mal, centenas foram hospitalizados, e um morreu.

Corrida mata?

Depois de Chicago, uma velha discussão parece que irá retornar: será a corrida uma atividade prejudicial à saúde?

Nem tanto! A corrida e a caminhada, segundo a última pesquisa do IBGE, é o esporte de mais da metade dos que praticam alguma atividade física em nosso país. A mesma realidade deve existir pelo mundo afora. E os amigos devem ter percebido que para cada morte de corredor, há uma enorme quantidade de mortes de jogadores de futebol, muitos em pleno campo. E os futebolistas que aparecem morrendo na mídia são os profissionais, com treinamento controlado cuidadosamente. Acidentes acontecem, mas entre os corredores eles são muito mais raros do que parecem à primeira vista.

Lições a aprender

Que lições a tragédia de domingo em Chicago pode nos ensinar?

A primeira é correr até a linha de chegada! A vitória masculina foi decidida pelos 5 centésimos de segundo que Patrick Ivuti chegou antes de Jaouad Gharib, após quilômetros inteiros de disputa ombro a ombro.

A prova feminina teve a vitória de Berhane Adere, que, num sprint, ultrapassou Adriana Pirtea - que já comemorava a vitória com a torcida, sem reparar na aproximação da rival. O sprint foi desconcertante: além de Adere estar muito rápida, ela tomou o outro lado da larga avenida, só sendo vista pela descontraída Pirtea tarde demais. Até mesmo os encarregados de esticar a faixa de chegada se confundiram, sem saber para que lado iriam!

Um vídeo amador (filmagem da tela da TV) mostra essa curiosa cena: http://br.youtube.com/watch?v=B3u2huIEFkI

A segunda lição é a de que não se podem realizar competições esportivas em condições climáticas de risco. A Maratona do Rio e a de Honolulu, regiões quentes, tomam esse cuidado há anos: são disputadas cedo da manhã, no inverno - a de Honolulu tem a largada na madrugada! Outras provas parecem arriscar ao trocarem a segurança pelo melhor horário de aparecer na TV. É o caso da São Silvestre e da Meia Maratona Internacional do Rio, disputadas em épocas quentes e horários de Sol forte. Até 2007, embora muitos tenham ido parar em hospitais, nenhum acidente mais grave ocorreu Mas o risco continua. (isso não significa que ninguém morra: as mortes registradas na Meia Maratona Internacional do Rio foram por queda da mureta da Niemeyer, em 1996).

De qualquer forma, felizmente não me lembro de uma corrida no calor carioca ter sofrido por falta de água. Embora ainda não tenhamos chegado ao ponto de ser comum termos postos de bebidas repositoras...

Quanto a nós, corredores, Chicago nos ensina o bom-senso. O verão carioca chega forte, e com ele algumas competições muito boas. Temos que aprender a levar em conta as condições em que estamos correndo e saber não exigir do nosso corpo o que ele não tem condições de fazer. E, acima de tudo, muita hidratação! Torcendo para que nossos organizadores de competições continuem oferecendo água em grande quantidade...

Que saudade dos postos de esponjas molhadas da Maratona do Rio dos anos 80...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Vitorias e derrotas em um esporte nada individual

Recorde e vitória!

No último domingo, 30 de setembro, o etíope Haile Gebrselassie realizou o sonho que persegue há anos: bateu o recorde mundial da maratona, com 2:04:26. Ele já tinha feito os melhores tempos das temporadas de 2005 e 2006, mas o recorde sempre lhe escapara por pequenos erros na manutenção do difícil ritmo de 2:57/Km.

Esporte coletivo ou individual?

Dessa vez, para garantir a façanha, a organização da Maratona de Berlim cuidou de tudo: contratou para ele nada menos do que 5 "coelhos" (na foto, 4 deles), que serviram até os 30Km como marcadores de ritmo e como cortadores de vento. E não eram quaisquer corredores! Enre eles estava, por exemplo, o queniano Rodgers Rop, vencedor da Maratona de Hamburgo desse ano, em 2:07:32! Ontem ele correu, como seus companheiros "coelhos", com a palavra "ritmo" na camiseta.Os recordes estão tão próximos do limite humano que somente com auxílios dessa qualidade é que um recorde pode ser batido. Em um futuro próximo, talvez vejamos a corrida de fundo se transformar em um esporte de equipe, como o ciclismo de estrada. Equipes de coelhos se espremendo no asfalto, levando o corredor principal em um ritmo assustador para os atletas comuns.

Derrota - ou será que não?

Haile agora junta seu recorde aos dois ouros olímpicos dos 10.000m. É um grande vencedor, e já tem o seu lugar na história. Infelizmente, poucos se lembrarão de Abel Kirui. Ele correu domingo nessa mesma maratona, sem "coelho" algum, e fez o segundo melhor tempo do ano, 2:06:51, também o melhor resultado de sua carreira. Conseguem imaginar correr mais de 42Km em 2:06:51 e não ganhar a prova? Ele teria ganho todas as maratonas de 2007 com esse tempo! Mas domingo isso lhe valeu muito pouco. Corre o risco de ser esquecido quando contarem a história da Maratona de Berlim - que já foi palco de 5 recordes mundiais nos últimos 10 anos.

Na Maratona de Berlim também tem pai coruja!

Parabéns Haile, parabéns Abel! E, para que não se esqueça a história, parabéns Falk Cierpinski, o primeiro alemão a cruzar a linha de chegada, em 2:19:06, o melhor tempo de sua carreira. Ele é filho de Waldemar Cierpinski, duas vezes campeão olímpico da maratona (incluindo o recorde olímpico conseguido em 1976, 2: 09.55). Atualmente, esse pai coruja é membro do comitê olímpico alemão, e só compete por lazer. Mas, como nós, pais corujas, ele mostrou o caminho ao filho!

domingo, 23 de setembro de 2007

O doping está perdendo!

Boas notícias: o Campeonato Mundial de Atletismo, disputado nesse mês em Osaka, Japão, foi declarado oficialmente "drug-free" - livre de drogas. Não houve nenhum caso de doping, apesar de terem sido executadas extensivas testagens - não somente os medalhistas foram testados: houve um total de 1132 testes.

Boa parte do sucesso do combate ao doping vem do controle feito fora da temporada de competição: atualmente, o controle antidoping procura os atletas em suas casas ou nos campos de treinamento e faz testes surpresa. Os usuários de doping são descobertos antes de conseguirem competir.

Atletas de rua amadores em geral acham que doping é uma coisa fora de suas realidades. Grande engano: são doping todas as substâncias que melhoram a performance mas que têm efeito negativo sob o atleta, como os canabinóides, encontrados na maconha, estimulantes como a cocaína e o fenproporex (a do conhecido "caso Dodô", erroneamente anunciada como "emagrecedora"), vários diuréticos encontrados em remédios de emagrecimento, e por aí vai. Qualquer aplicação intravenosa é também proibida. A própria insulina é doping, só autorizada para atletas diabéticos comprovadamente dependentes dela.

Muita medicação tomada por atletas contundidos traz substâncias proibidas, que são tomadas por muitos de nós por mero desconhecimento. A boa notícia é que a cafeína não é mais doping, O cafezinho, o mate e o guaraná natural estão liberados!

Para saber a listagem completa de proibições, clique aqui.

Enfim, serve uma dica: só tome qualquer medicação ou suplementos sob orientação médica, quando realmente necessário. Atletas adequadamente alimentados não precisam de nada disso, e vivem de forma bem mais saudável.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Correr com paciência

O vídeo da final dos 800m nos Jogos Olímpicos de Munique (1972) mostra uma obra-prima das táticas de corrida. Veja o vídeo prestando atenção no que faz o norte-americano Dave Wattle, de boné cinza. Na largada, fica-se com a impressão de que ele não tinha a menor condição de sequer estar naquela prova, tamanha a superioridade do restante dos competidores, que abrem dezenas de metros de vantagem em poucos segundos. Porém, a paciência é uma grande virtude. Ele ganha uma medalha de ouro olímpica por um palmo de vantagem, liderando os 800m durante apenas meio segundo. Confira:

http://www.youtube.com/watch?v=5LHid-nC45k

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Provas melhores em 2008

Na última quarta, dia 12, a Federação Internacional de Atletismo, a IAAF, anunciou o novo sistema de classificação de Corridas de Rua, a ser implantado a partir de 2008.

Apesar das provas de pista reunirem os maiores atletas do esporte, o dinheiro dos patrocinadores toma o caminho das provas de rua com muita intensidade. E é nas provas de rua que a grande massa dos atletas não-profissionais pratica o atletismo. Assim, a IAAF pretende acompanhar o caminho que o esporte toma. E quer regular essa área, que é tão freqüentemente alvo de (des)organizadores de provas sofríveis.

As provas de alto nível, a partir de 2008, serão divididas em 3 categorias: "maratonas de participação de massa", "meias maratonas de participação de massa", e "outras competições de rua". Dentro dessas categorias, haverá a divisão nos níveis ouro e prata, de acordo com o atendimento de novas condições que mudarão bastante as provas de rua:
  • cronometragem totalmente eletrônica, com passagens de quilometragem acessíveis em tempo real à imprensa e ao público;
  • telão na área de chegada para acompanhamento da prova pelo público;
  • presença de atletas da elite internacional competindo - no mínimo 5 homens e 5 mulheres;
  • no mínimo os primeiros 6 homens e 6 mulheres devem ser submetidos ao antidoping;
  • contratos entre organizadores e os atletas devem ser por negociações oficializadas;
  • cobertura ao vivo por TV por pelo menos 2 horas para as maratonas e o equivalente a isso para as provas mais curtas, com transmissão para o próprio país e pelo menos para mais 5 países;
  • site na Internet com resultados em tempo real e listas de participantes disponível;
  • seguros de acidentes para os atletas;
  • baixo impacto ambiental, com ênfase na reciclagem do material usado e no uso de meios de transporte não-poluentes pela organização da prova.
A CBAt já está divulgando as normas do novo sistema aos diretores das provas brasileiras tradicionais.

O nível de organização de provas tem subido em nossa cidade. Mas será que teremos provas de níveis prata e ouro no Rio? Pelo menos o Campeonato Mundial de Corrida de Rua, aqui no Aterro, em 12 de outubro, terá que seguir esse novo padrão. Quanto às provas tradicionais, o tempo dirá...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Recorde mundial brasileiro!

No dia de Independência do Brasil, no mesmo fim-de-semana em que o jamaicano Asafa Powell se tornava decididamente o homem mais rápido do mundo, um brasileiro também fazia história. Vencendo os 100 metros rasos no Campeonato Mundial de Atletismo Master, em Riccione, na Itália, Frederico Fischer batia o recorde mundial dos mesmos 100 metros.

Qual a diferença entre os dois? Nosso Frederico tem 90 anos! Em uma idade em que estar vivo já é um feito e tanto, e em que quase todos têm extrema dificuldade até mesmo para caminhar, ele cobriu os 100m em pouco mais de 17 segundos - o que equivale a 2min55seg por quilômetro. Nada mal, não?

Abaixo, o resultado oficial da prova. Repare que poucos atletas no mundo conseguem competir nessa idade. Somente três se inscreveram, e somente dois largaram. Na verdade, o australiano medalha de prata também merece os nossos parabéns.

Col. Nome País Tempo
1 Frederico FISCHER BRA 17.53
2 Jack STEVENS AUS 1:01.27
DNS. Herbert LIEDTKE SWE DNS

Frederico superou a marca do estadunidense Donald Pellmann, que já durava dois anos, por 3 décimos de segundo.

Tenho uma sugestão para nossos leitores: na próxima vez que estiver em uma pista, tente correr 100m em 17 segundos. Vai compreender o tamanho do feito de nosso Frederico!

Parabéns a Frederico Fischer, brasileiro campeão do mundo e homem mais rápido da história nos 100 metros!

O que é vencer e o que é perder?

Quando se pensa em competição esportiva, pensa-se logo na diferença entre vitória e derrota. É fácil perceber o que é vencer, quando se é o primeiro a cruzar a linha de chegada. Quando se faz um tempo maravilhoso em uma prova, também temos uma sensação de vitória bem forte. Imagine como seria a sensação de um de nós, corredores comuns, ao cruzar a linha de chegada em uma meia-maratona com um tempo inferior a uma hora? Claro, seria uma vitória inesquecível.

Mas o que será que pensou Patrick Ivuti quando fez uma meia maratona sub-60 minutos pela primeira vez, sabendo que nem iria subir no pódio? Ou Patrick Musyoki, que realizou a "façanha" de perder uma meia maratona em 59:19?

4ª Fortis Rotterdam Meia Maratona - 09 de setembro
Rotterdam, Holanda

Resultados Masculinos
1º. Evans Kiprop Cheruiyot (Ken) 59:12 PB
2º. Patrick Makau Musyoki (Ken) 59:19
3º. Deriba Merga (Eth) 59:25 PB
4º. Patrick Mukutu Ivuti (Ken) 59:27 PB
5º. Jonathan Maiyo (Ken) 1:00:10 PB

A sigla PB significa "Personal Best" - ou, em português, melhor marca pessoal. Dentre os 5 primeiros, somente Musyoki, não fez a sua melhor performance nessa prova.

Bem, vamos treinar! Quem sabe ainda não teremos a sorte de decepções tão intensas quanto nossos companheiros africanos?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

A melhor competição de 2008!

Já está no papo: em 12 de outubro de 2008, vai ser disputada no Rio o Campeonato Mundial de Corrida de Rua, da IAAF (Federação Internacional de Atletismo). Somente atletas selecionados poderão participar, mas haverá uma prova aberta a corredores comuns, como tem ocorrido desde o primeiro campeonato, em Debrecen, Hungria.

O campeonato de 2007 será em 14 de outubro, em Udine, Itália. A distância será uma meia-maratona, e nossos representantes serão os vencedores da Meia do Rio, Franck e Pretinha, e mais os líderes do ranking da distância.

Ainda não há detalhes da organização da prova carioca, mas o site da IAAF já indica a prova. O que é certo é que a distância da competição é estabelecida pelo comitê organizador local.

Por exemplo, em Debrecen foram 4 voltas de 5Km em um parque, e em Udine serão 3 voltas na cidade, completando uma meia-maratona - prova de massas ocorre duas horas antes, mas somente terá uma volta de pouco mais de 7Km.

É a chance de muitos de nós correrem um campeonato mundial. Quem se habilita?