sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Mundial do Rio X Meia Maratona Internacional do Rio

Apesar de boatos, o Campeonato Mundial de Corrida de Rua de 2008 e a Meia do Rio são mesmo duas provas totalmente separadas: o site oficial do Mundial, embora ainda provisório, apenas comenta que o Comitê de Organização Local "é essencialmente composto dos mesmos membros que vêm organizando com sucesso a Meia Maratona Internacional do Rio nos últimos 10 anos".

O dia das duas provas será o mesmo, 12 de outubro de 2008, mas haverá largadas separadas. O percurso será o tradicional da Meia do Rio, o que é uma pena, pois nenhum recorde batido no Rio poderá ser aceito - a distância em linha reta entre largada e chegada é grande demais, permitindo que o vento interfira demais na performance dos atletas. E os atletas que correrem a Meia do Rio não poderão assistir ao Mundial, pois estarão longe da elite mundial, que largará separada.

Aliás, o site avisa que a praia de São Conrado será fechada ao público desde a sexta-feira antes da prova, para servir de área de treinamento para os atletas internacionais. Não está claro se isso significará somente a proibição de carros na pista ou se a área será totalmente isolada.

Para quem quiser treinar para valer e buscar uma vaga na equipe brasileira do Mundial, a boa notícia é que o primeiro colocado receberá 30 mil dólares. O que, convenhamos, chega a ser vergonhosamente pouco para se oferecer como prêmio para um campeão mundial do esporte mais praticado do mundo!

sábado, 17 de novembro de 2007

Qual o valor de uma medalha?

Esse texto eu enviei ao companheiro Jorge Cerqueira, que me perguntou o que faço com minhas medalhas. Ele defende a valorização de cada conquista através das medalhas ganhas nas provas. Resolvi colocar aqui, para não perder o texto de vista. Eis minha resposta a ele:
Bem, concordo em valorizar cada conquista. Mas eu sou corredor de outros tempos.

Antigamente, as camisetas é que eram a prova de termos completado um percurso, e eram entregues ao final das competições. As maratonas tinham uma camiseta para quem se inscrevia e uma outra, escrita "Eu completei a Maratona tal". Medalhas eram exclusivas para quem subia ao pódio.

Com o tempo, as maratonas passaram a dar medalhas a todos os que completassem, e as camisetas aos que se inscreviam. Ganhei uma medalha assim em 1986, e fiquei muito feliz com ela.

O problema, a partir de uma certa época, é que todas as competições, mesmo a de desafio modesto, passaram a dar medalhas. Praticamente toda corrida hoje em dia dá medalhas para todos. Isso banalizou demais as medalhas para mim. Guardo com carinho as medalhas de pódio, mas as de conclusão de percurso realmente me dizem muito pouco. Ganhei uma domingo, de uma corrida de 6Km, mas realmente não sei onde está.

Posso ser um pouco chato, mas, realmente, depois de 181 competições em 27 anos correndo, eu não teria mesmo muito espaço em casa para tantas medalhas e troféus.

Na verdade, o que mais valorizo das competições de toda a minha vida nem é uma medalha: é o pin, que uso até hoje em minha mochila, do Campeonato Sul-Americano de Atletismo Master. Não é uma medalha, mas vale muito mais do que praticamente todas as medalhas que ganhei na vida.

Abraços!



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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Quer esporte radical? Que tal a Maratona de Fukuoka?



Por décadas, a Maratona de Fukuoka, no Japão, era conhecida como a mais radical de todas: apenas corredores homens de alto nível participavam, mediante convite. Poucas dezenas corriam, e falava-se muito sobre pagamento por essas participações (coisa proibida de se falar até os anos 80, quando oficialmente o atletismo era amador). A cada ano, corredores de todo o mundo acompanhavam essa prova. Luiz Antônio dos Santos venceu em 1995, o melhor brasileiro lá, subindo no pódio que já serviu a feras como Seko, Ikangaa, DeCastella, Clayton, Shorter, Rodgers, Gebrslasie...

Os anos se passaram, a hipocrisia do amadorismo acabou, e as maratonas de massa tomaram o mundo. Mas Fukuoka continua em alta. Hoje, qualquer um pode correr lá. Ah, claro, desde que tenha feito meros 2h45m em alguma maratona anterior!! Isso, claro, se houver vagas: só há garantia de inscrição para os que têm 2h27m... Para a prova de 2 de dezembro, as inscrições já se esgotaram quase dois meses antes.

Nessa 61º edição (sim, a prova existe desde 1946!), há um duelo marcado: o fenômeno Paul Tergat vai enfrentar o também queniano Sammy Wanjiru, recordista mundial de meia-maratona, que vai estrar na distância. Vai ser de arrepiar. Quem viver, verá.


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