Recorde e vitória!
No último domingo, 30 de setembro, o etíope Haile Gebrselassie realizou o sonho que persegue há anos: bateu o recorde mundial da maratona, com 2:04:26. Ele já tinha feito os melhores tempos das temporadas de 2005 e 2006, mas o recorde sempre lhe escapara por pequenos erros na manutenção do difícil ritmo de 2:57/Km.
Esporte coletivo ou individual?
Dessa vez, para garantir a façanha, a organização da Maratona de Berlim cuidou de tudo: contratou para ele nada menos do que 5 "coelhos" (na foto, 4 deles), que serviram até os 30Km como marcadores de ritmo e como cortadores de vento. E não eram quaisquer corredores! Enre eles estava, por exemplo, o queniano Rodgers Rop, vencedor da Maratona de Hamburgo desse ano, em 2:07:32! Ontem ele correu, como seus companheiros "coelhos", com a palavra "ritmo" na camiseta.Os recordes estão tão próximos do limite humano que somente com auxílios dessa qualidade é que um recorde pode ser batido. Em um futuro próximo, talvez vejamos a corrida de fundo se transformar em um esporte de equipe, como o ciclismo de estrada. Equipes de coelhos se espremendo no asfalto, levando o corredor principal em um ritmo assustador para os atletas comuns.
Derrota - ou será que não?
Haile agora junta seu recorde aos dois ouros olímpicos dos 10.000m. É um grande vencedor, e já tem o seu lugar na história. Infelizmente, poucos se lembrarão de Abel Kirui. Ele correu domingo nessa mesma maratona, sem "coelho" algum, e fez o segundo melhor tempo do ano, 2:06:51, também o melhor resultado de sua carreira. Conseguem imaginar correr mais de 42Km em 2:06:51 e não ganhar a prova? Ele teria ganho todas as maratonas de 2007 com esse tempo! Mas domingo isso lhe valeu muito pouco. Corre o risco de ser esquecido quando contarem a história da Maratona de Berlim - que já foi palco de 5 recordes mundiais nos últimos 10 anos.
Na Maratona de Berlim também tem pai coruja!
Parabéns Haile, parabéns Abel! E, para que não se esqueça a história, parabéns Falk Cierpinski, o primeiro alemão a cruzar a linha de chegada, em 2:19:06, o melhor tempo de sua carreira. Ele é filho de Waldemar Cierpinski, duas vezes campeão olímpico da maratona (incluindo o recorde olímpico conseguido em 1976, 2: 09.55). Atualmente, esse pai coruja é membro do comitê olímpico alemão, e só compete por lazer. Mas, como nós, pais corujas, ele mostrou o caminho ao filho!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário